Por que eu escrevo?

Se me pergunto para quem eu escrevo
e para quem eu falo, eu respondo:
_ Escrevo para mim mesmo!
Não porque ninguém lê o que escrevo,
mas porque comecei e continuei a escrever
por um motivo muito simples:
_ Necessidade de dizer, de refletir e compreender.

Escrever foi terapia que se tornou um modo de existir,

porque eu não existia de outro modo. 
É por isso que escrevo.
Com o tempo essa necessidade de escrever
se tornou uma necessidade de existir de algum modo
porque eu não sabia como existir se não fosse através da escrita.
Quero existir de um outro modo que não seja escrevendo.
Quando eu existir de outro modo que não seja escrevendo,
talvez eu não escreva mais,
ou talvez escrever para mim perca a importância
e eu comece a viver uma outra vida sem essa agonia de escrever.

Escrever é para mim um falta de caminho, 

um falta de existência digna.   

J. Nunes